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Três mitos sobre a felicidade do funcionário

Gestão de RH | 03 de junho de 2022

Trabalho e felicidade combinam? Precisam necessariamente ser compatíveis? Considerar a felicidade como único componente responsável pela produtividade do funcionário pode ser uma cilada. Experiência e performance exigem ações mais estratégicas.  

 

Especialista em carreira, a americana Susan Peppercorn, autora do livro Abandone seu crítico interno no trabalho: estratégias baseadas em evidências para prosperar em sua carreira, escreveu em artigo naHarvard Business Review sobre essa busca: “Se você definir a felicidadecomo seu objetivo principal, pode acabar sentindo o contrário. A felicidade (como todas as emoções) é um estado fugaz, não permanente. Uma solução é tornar o propósitosua verdadeira vocação”. 

 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Susan reforçou que carreira tem a ver com missão, não com felicidade. Em outras palavras, para a especialista, a relação do empregado deve ser com valores, não com sentimentos que vão e voltam.  

 

Escolhendo ou não tomar o propósito como “verdadeira vocação”, contudo, é certo que colaboradores não ficam automaticamente felizes com programas voltados a isso ou com discursos como “seja sempre otimista”.  

 

Sim, é possível ser feliz no trabalho, e isso pode ou não ser um auxílio. Mas também é necessário ficar atento a algumas narrativas que, no lugar de ajudar, atrapalham.  

 

Confira três mitos sobre a felicidade:  

 

A maior parte dos funcionários são infelizes (Mito!)

 

Pesquisas são realizadas com regularidade para medir o índice de felicidade dos trabalhadores ao redor do mundo. Elas demonstram que, em geral, a maioria dos contratados está satisfeita com seus empregos. No Brasil, podemos ver o reflexo disso por meio de uma pesquisa da FGV, que indicou uma queda expressiva no índice de felicidade no país, em especial entre a população mais vulnerável, justamente devido à redução de postos de trabalho e, consequentemente, de renda - dois termos diretamente relacionados ao bem-estar. Em 2020, o Brasil encerrou o ano com a nota 6,1, o menor ponto da série histórica iniciada em 2006, de acordo com a sondagem. 

 

Globalmente, em torno de 80% das pessoas empregadas reportam certo nível de satisfação e motivação. O real problema, alertam especialistas, é que felicidade e produtividade não são sinônimas, há outros fatores envolvidos. E assim chegamos ao segundo mito.  

 

 Trabalhadores felizes são mais produtivos (Mito!)

 

Se a maior parte dos trabalhadores se dizem felizes com seus empregos e se felicidade fosse igual à produtividade, então tudo seria mais simples. Mas a equação é mais complexa e repleta de condicionantes. Funcionários que se sentem valorizados, desafiados a conquistar objetivos importantes e com senso de pertencimento, por exemplo, mencionam mais energia e comprometimento. Produtividade ainda abrange questões para além do engajamento, como a qualidade dos outros talentos presentes na organização e a eficiência da liderança e da gestão 

 

Otimismo resolve tudo (Mito!)

 

Algumas pesquisas já apontaram que, em certas condições, colaboradores têm até melhores performances quando são críticos, insatisfeitos e preocupados, especialmente quando são mais pessimistas por natureza. Um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology mostrou que pessoas que são excessivamente positivas ou otimistas têm um desempenho pior em determinadas situações, porque não aplicam tanto esforço quanto aqueles que se sentem menos confiantes. Assim, um apego a altos níveis de felicidade pode até mesmo mascarar uma gestão disfuncional.  

 

A experiência do funcionário tem estado no foco das companhias como um dos fatores essenciais para o sucesso da empresa. A felicidade é apenas um dos componentes dessa engrenagem. Quanto melhor a experiência dos empregados, melhor a experiência do cliente. Porém, entregar uma boa experiência é uma jornada contínua, para que resultados positivos sejam preservados e outros sejam conquistados. Ter estratégia para oferecer isso ao trabalhador da sua empresa é essencial.  

 

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